quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Carta aberta a Renato Aragão

Recebi esse desabafo por e-mail. Acho que, no mínimo, é de abalar nossas estruturas. Não modifiquei formatação, não acrescentei nada, não retirei nada do texto. É a opinião de uma pessoa indignada. O nome que consta no texto nem mesmo sei se é verdadeiro. Apenas dou visibilidade a esse desabafo.


Carta aberta para Renato Aragão, o Didi.




Quinta, 23 de julho de 2008 Querido Didi,



Há alguns meses você vem me escrevendo pedindo uma

doação mensal para enfrentar alguns problemas que

comprometem o presente e o futuro de muitas

crianças brasileiras. Eu não respondi aos seus

apelos (apesar de ter gostado do lápis e das

etiquetas com meu Nome para colar nas

correspondências).

Achei que as cartas não deveriam sem endereçadas à

mim. Agora, novamente, você me escreve preocupado

por eu não ter atendido as suas solicitações.

Diante de sua insistência, me senti na obrigação

de parar tudo e te escrever uma resposta.

Não foi por 'algum' motivo que não fiz a doação em

dinheiro solicitada por você. São vários os

motivos que me levam a não participar de sua

campanha altruísta (se eu quisesse poderia

escrever umas dez páginas sobre esses motivos).

Você diz, em sua última Carta, que enquanto eu a

estivesse lendo, uma criança estaria perdendo a

chance de se desenvolver e aprender pela falta de

investimentos em sua formação.

Didi, não tente me fazer sentir culpada. Essa

jogada publicitária eu conheço muito bem. Esse

tipo de texto apelativo pode funcionar com muitas

pessoas mas, comigo não. Eu não sou ministra da

educação, não ordeno e nem priorizo as despesas

das escolas e nem posso obrigar o filho do vizinho

a freqüentar as salas de aula. A minha parte eu já

venho fazendo desde os 11 anos quando comecei a

trabalhar na roça para ajudar meus pais no

sustento da minha família. Trabalhei muito e, te

garanto, trabalho não Mata ninguém. Muito pelo

contrário, faz bem! Estudei na escola da zona

rural, fiz Supletivo, estudei à distância e muito

antes de ser jornalista e publicitária eu já era

uma micro empresária.

Didi, talvez você não tenha noção do quanto o

Governo Federal tira do nosso suor para manter a

saúde, a educação, a segurança e tudo o mais que o

povo brasileiro precisa. Os impostos são muito

altos! Sem falar dos Impostos embutidos em cada

alimento, em cada produto ou serviço que preciso

comprar para o sustento e sobrevivência da minha

família.

Eu já pago pela educação duas vezes: pago pela

educação na escola pública, através dos impostos,

e na escola particular, mensalmente, porque a

escola pública não atende com o ensino de

qualidade que, acredito, meus dois filhos merecem.

Não acho louvável recorrer à sociedade para

resolver um problema que nem deveria existir pelo

volume de dinheiro arrecadado em nome da educação

e de tantos outros problemas sociais.

O que está acontecendo, meu caro Didi, é que os

administradores, dessa dinheirama toda, não têm a

educação como prioridade. Pois a educação tira a

subserviência e esse fato, por si só não interessa

aos políticos no poder. Por isso, o dinheiro está

saindo pelo ralo, estão jogando fora, ou aplicando

muito mal. Para você ter uma idéia, na minha

cidade, cada alimentação de um presidiário custa

para os cofres públicos R$ 3,82 (três reais e

oitenta e dois centavos) enquanto que a merenda de

uma criança na escola pública custa R$ 0,20 (vinte

centavos)! O governo precisa rever suas

prioridades, você não concorda? Você pode ajudar a

mudar isso! Não acha?

Você diz em sua Carta que não dá para aceitar que

um brasileiro se torne adulto sem compreender um

texto simples ou conseguir fazer uma conta de

matemática. Concordo com você. É por isso que sua

Carta não deveria ser endereçada à minha pessoa.

Deveria se endereçada ao Presidente da República.

Ele é 'o cara'. Ele tem a chave do Cofre e a

vontade política para aplicar os recursos. Eu e

mais milhares de pessoas só colocamos o dinheiro

lá para que ele faça o que for necessário para

melhorar a qualidade de vida das pessoas do país,

sem nenhum tipo de distinção ou discriminação.

Mas, infelizmente, não é o que acontece...

No último parágrafo da sua Carta, mais uma vez,

você joga a responsabilidade para cima de mim

dizendo que as crianças precisam da 'minha'

doação, que a 'minha' doação faz toda a diferença.

Lamento discordar de você Didi.. Com o valor da

doação mínima, de R$ 15,00, eu posso comprar 12

quilos de arroz para alimentar minha família por

um mês ou posso comprar pão para o café da manhã

por 10 dias.

Didi, você pode até me chamar de muquirana, não me

importo, mas R$ 15,00 eu não vou doar. Minha

doação mensal já é muito grande. Se você não sabe,

eu faço doações mensais de 27,5% de tudo o que

ganho. Isso significa que o governo leva mais de

um terço de tudo que eu recebo e posso te garantir

que essa grana, se ficasse comigo, seria muito

melhor aplicada na qualidade de vida da minha

família.

Você sabia que para pagar os impostos eu tenho que

dizer não para quase tudo que meus filhos querem

ou precisam? Meu filho de 12 anos quer praticar

tênis e eu não posso pagar as aulas que são caras

demais para nosso padrão de vida. Você acha isso

justo? Acredito que não. Você é um homem de bom

senso e saberá entender os meus motivos para não

colaborar com sua campanha pela educação

brasileira.

Outra coisa Didi, mande uma Carta para o

Presidente pedindo para ele selecionar melhor os

ministros e professores das escolas públicas;

pedindo a ele para não ofereçer cargos para

politicos fracassados, cabos eleitorais ou

apadrinhados politicos. Isto não tem dado certo!

Só escolher quem, de fato, tem vocação para ser

ministro e para o ensino. Melhorar os salários,

desses profissionais, também funciona para que

eles tomem gosto pela profissão e vistam, de fato,

a camisa da educação. Peça para ele, também, fazer

escolas de horário integral, escolas em que as

crianças possam além de ler, escrever e fazer

contas possa desenvolver dons artísticos,

esportivos e habilidades profissionais. Dinheiro

para isso tem sim! Diga para ele priorizar a

educação e utilizar melhor os recursos.

Bem, você assina suas cartas com o pomposo título

de Embaixador Especial do Unicef para Crianças

Brasileiras e eu vou me despedindo assinando...

Eliane Sinhasique - Mantenedora Principal dos Dois

Filhos que Pari

P.S.: Não me mande outra carta pedindo dinheiro.

Se você mandar, serei obrigada a ser mal-educada:

vou rasgá-la antes de abrir.

PS2* Aos otários que doaram para o criança

esperança. Fiquem sabendo, as organizações Globo

entregam todo o dinheiro arrecadado à UNICEF e

recebem um recibo do valor para dedução do seu

imposto de renda. Para vocês a Rede Globo anuncia:

essa doação não poderá ser deduzida do seu imposto

de renda, porque é ela quem o faz.





PS3* E O DINHEIRO DA CPMF QUE PAGAMOS DURANTE

11(ONZE) ANOS?



MELHOROU ALGUMA COISA NA EDUCAÇÃO E NA

SAÚDE DURANTE ESSES ANOS?



BRASILEIROS PATRIOTAS, DIVULGUEM ESSA REVOLTA.

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