sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Cabeça de juiz, barriga de grávida e bolsa de mulher...


Foto da PUCRS
Cabeça de juiz, barriga de grávida e bolsa de  mulher, já dizia meu avô, a gente nunca sabe o que tem dentro! Porque tô dizendo isso? Ah...É que hoje conversava com uma adolescente e a observava esbravejar contra a decisão de um juiz da área cível a respeito de processo que não vem ao caso. Nossa amiguinha aqui, como já podem ter percebido, se dedica a passar no vestibular para Direito. Esforçada, assistiu algumas audiências. Está furiosa! Acha que os juízes estão decidindo muito mal e que ela irá revolucionar o mundo quando estiver formada!
Exageros a parte, quero fazer uma pergunta: alguém ainda tem dúvidas de que os juízes não são isentos quando julgam?  Não, não estou falando como algo negativo. Acalmem-se os "briguentos" de plantão! É uma constatação, apenas. Porque haveria de ser diferente se todos somos humanos? Ah, vai dizer que você acha também que os cientistas são isentos? E os psicólogos, psiquiatras? Em que mundo você vive?
Pensa comigo: nós todos somos humanos e temos vivências mil antes de nos tornarmos profissionais. Nossa abundância ou falta de estímulos, condições materias, cultura, influenciam diretamente nossas vidas. Marcam indelevelmente nossas vidas. Para o bem e para o mal! Se sou homem, tenho um pai dominador, rígido, que vive com padrões éticos-morais estreitos, terei um tipo de impressão da vida diferente daquele que cresceu com um pai amigo, suave, amoroso. Para julgar contarão essas experiências. Elas são como amarras das quais não podemos fugir! Se o juiz será tão rígido com o pai ou mais benevolente em contra-partida ao comportamento desse, não importa. O que quero dizer aqui é que não é apenas a letra fria da lei que tem vez na hora da decisão de um juiz. Deu para entender?A mulher que foi traída e que sente-se humilhada por causa disso, talvez já tenha sua decisão tomada ao julgar um caso de adultério: a sentença será desfavorável ao adúltero. Trata-se, a grosso modo, de adequar a decisão previamente tomada à técnica jurídica.  Eu disse a grosso modo...
O cientista também não é neutro. Há muito caiu o mito da neutralidade da ciência! Acompanha comigo: eu sou cientista e botei na cabeça que a teoria x é interessante, que devo prová-la. Passo anos estudando, fazendo experiências até chegar ao resultado que esperava. Muitas vezes esse resultado é "forjado", não por má-fé, mas por incapacidade de olhar para o lado e ver que existem outras possibilidades! Claro que o profissional sério tem o maior cuidado com suas experiências, mas falo de um peso inconsciente, que passa desapercebido aos olhos desse cientista. Suas experiências determinaram suas escolhas: porque pensou em provar x e não y?
Existe uma história que acho bem bonitinha e que serve de ilustração. Conta a lenda que os Estados Unidos tinha um dilema: precisava de uma caneta que os astronautas pudessem usar enquanto estivessem no espaço. Fizeram pesquisas, gastaram rios de dinheiro e chegaram ao protótipo ideal. Os russos, por sua vez, apenas decidiram levar um lápis...São duas formas de se pensar o mesmo problema, formas essas determinadas pelas histórias dos dois países.
O que você acha?
Diz aí te convida para ficar mais um pouco, lendo:

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