quarta-feira, 10 de março de 2010

É mole?

Desculpem-me, mas nem vou tentar justificar minha ausência. As vezes temos problemas. Ponto. A vida acaba nos levando para certos caminhos que talvez não escolhêssemos normalmente. Tive que me afastar e não pude postar durante muito tempo. Volto hoje, não prometendo nada. Ainda não estou no ritmo que gostaria, infelizmente.

Mas, isto posto (uuuui! Palavras chiques né bem???), vamos lá!

Vocês não sabem o que presenciei ontem e que me deixou muitíssimo estressada, cansada, abatida. Minha avó, 92 anos de idade, teve uma crise de ansiedade seríssima, começou a gritar e a xingar todos os profissionais que cuidam dela no lar para idosos onde vive, de uma forma horrorosa! Eu tentei intervir e sobrou para mim: fui devidamente xingada também. Acontece que eu tenho um monstro guardado dentro do peito e que ninguém imagina! Todo mundo me acha a pessoa mais tranquila do mundo, mas quando eu resolvo entrar numa briga...Socorro! Eu não brigo nunca: você pode ser a pessoa mais inconveniente que tudo bem. Agora...Tem um tom de voz que eu não suporto e que aciona dentro de mim o monstro das cavernas! É puro impulso. Quando ouço aquele tom agressivo e sem propósito algum, já salto para gritar mais alto, daí já viu né? Vira uma muvuca!

Se você grita porque foi agredido, maltratado, porque tem motivos, tudo bem, nada acontece. Se você grita por falta de educação, porque acha que é o rei (ou rainha!) da cocada preta...Sai de baixo porque eu me jogo! E foi o que aconteceu ontem, com minha avó. Ela esteve com insônia dois dias e começou a gritar com as auxiliares de enfermagem porque elas, supostamente, não a deixaram dormir. E a coisa foi aumentando, aumentando de tal forma que entrou a enfermeira-chefe no meio para tentar resolver a coisa e...também ouviu malcriações. Minha mãe, nem se fala! Eu tive que responder aos xingamentos, ela ficou mais braba ainda! Queria pular no meu pescoço! Dizia que ninguém gosta dela...Porque será? Coitada...

Dizem as más linguas que minha avó sempre foi assim, gritona, mandona, querendo as coisas para ontem. Eu e a minha mãe nunca percebemos. Comigo tudo sempre foi maravilhoso! Minha avó foi uma supervó, amorosa, gentil. Dizem que com os outros não.

Para piorar a situação, Ana, irmã de minha avó e igualmente velhinha, desmaiou enquanto assistia televisão. Notem: ninguém conseguia acordá-la! Veio balão de oxigênio, mediram a pressão, sinais vitais e...nada! Nada de diferente. A enfermeira achou que ela tinha morrido! E nada! Nada de alterãção física. 

Querem mais? Isso tudo aconteceu na hora em que eu e minha mãe fomos buscá-las para passear. As duas ficam muito tempo trancadas no Lar e estavam animadas para sair (minha avó está tomando medicação para o Parkinson, o que lhe deu ânimo redobrado após muito tempo de dificuldades). Na hora da saída, então, uma teve um ataque horroroso, a outra desmaiou e eu fui devidamente mijada (desculpem o termo, mas não há outro melhor!). Ainda tive que me acalmar e levar as vovós pro passeio. Cheguei no Shopping com uma dor de cabeça dos infernos, que durou a tarde inteira!

Acha que acabou? Não, não acabou...A cadeira de rodas de uma das velhinhas não coube no carro. Tive que ir para o Shopping Iguatemi, que empresta cadeiras. Estava com um salto confortável, mas o sapato era de bico fino. Caminhei tanto que fiquei com bolhas nos pés. Agora vou passar uma semana andando de tênis desamarrado, porque tudo dói! Minha avó? Parecia um anjo, feliz, feliz. Nada tinha acontecido, parecia...Estava bem contente, passeou, lanchou, comprou uma blusa...

É mole ou queres mais?

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