quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Dia do Idoso

Hoje é dia do idoso. Na verdade, todos os dias deveriam ser o dia do idoso. Todos os dias deveriam ser "dias dos idosos", dia de celebração da vida. A velhice é desprezada nesse mundo que vivemos, de correrias, do "não tenho tempo pra nada", do "quando puder visito meu avô". Eu quero ficar velha. Não ficar é sinônimo de morte prematura. Meu irmão morreu prematuramente, aos 27 anos, vítima de um assalto. Não ficou velho. Seus algozes morreram jovens, vítimas de "disputas marginais". Não ficaram velhos também.
Meu irmão não teve a oportunidade de ter filhos, ver os cabelos ficarem brancos, não fez bodas de ouro com sua esposa. Meu irmão foi privado de ter sabedoria. Morreu naquele momento da vida em que se tem fôlego para muitas descobertas, muitas experiências, muitas vivências. Momento em que pensamos ter toda a vida pela frente. Ele não teve!
Meu poeta mais querido, Mário Quintana, morreu em 1994, com 88 anos de idade. Oitenta e oito anos de idade e produzindo muita coisa bonita, muita poesia de primeiríssima qualidade.Mas isso não preciso dizer: todo mundo sabe quem foi Quintana.
Em homenagem a ele e a todos os "jovens a mais tempo", Poeminha do Contra:

"Todos esses que aí estão


Atravancando meu caminho,

Eles passarão...

Eu passarinho!"

(Prosa e Verso, 1978)

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