quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Vandalismo e a inversão de valores

Li uma reportagem hoje pela manhã que me deixou furiosa! Um adolescente pichou paredes de uma escola e foi obrigado pela professora a limpar tudo. Alunos que estavam na escola no momento da "limpeza" presenciaram agressões verbais por parte da educadora e gravaram em vídeo, entregando-o para os pais do guri. Pai e mãe, indignados, comentaram que sabem que o filho errou, mas as agressões verbais já citadas teriam humilhado demais o garoto, que desde o evento não quer mais ir a aula e já perdeu duas provas por isso. Notam a inversão de valores? O guri pichou a parede e a professora vai ser punida. Siiiim! Ela errou, todos nós somos capazes de entender isso. Ela, como adulta e educadora, deveria ter mais preparo, mais auto-controle, mas....será? Os professores estão vivendo situação limite dentro das salas de aula, e não me refiro ao baixos salários, motivo suficientemente forte para estressar qualquer um (embora não justifique, também, que as pessoas façam o que quiserem porque ganham mal!). Me refiro aos pais que não fiscalizam, não educam, não dão limites, deixando para a escola essa difícil tarefa. Assim criam-se situações daquele tipo: professores agredidos, crianças com armas nas salas de aula, pixações, salas depedradas.
Acordem! A escola não é um ser humano, não tem atitudes per si! Escola é lugar onde várias cabeças interagem com o objetivo de levar conhecimento a crianças, adolescentes e adultos de todos os cantos. Portanto, quem faz a escola é o pai, a criança, o professor. Escola não tem como dar limites! Lembrem-se, a escola não é um ser, não fala, não pensa. Nós pensamos por ela! Agora, quem é que pensa que o professor tem que dar o limite que falta em casa? Se o professor exercer a função paterna, estaremos vivendo novamente uma inversão da ordem das coisas. Já diz o nome: função paterna tem haver com a figura do pai! Se não, chamar-se-ia função professoral, ou algo que o valha! A professora deve dar limites aos seus filhos e não ao dos outros. Quando sobra para o educador fazer o que a família não faz, a tendência é errar.  Todos agora tem pena do adolescente e não se importam mais com o que ele fez.
A reportagem deu voz a professora: a moça disse que realmente se excedeu e que se arrepende por isso, no entanto causava-lhe desespero ver o trabalho de mutirão organizado pela comunidade escolar, durante oito meses, colocado fora.
 Vejamos:
A escola, durante meses, angariou fundos e preparou uma reforma em sua estrutura. Chamou voluntários. Compareceram 40, no dia 07/09/2009. Para quem não sabe, aqui em Porto Alegre o tempo desabou. Caiu uma chuva forte, durante muitas horas. Os voluntários trabalharam no feriado, das 8:00 as 19:00, portanto dedicaram-se por 11 horas. Duas semanas depois o garoto x, como vou chamá-lo, resolveu que o trabalho não foi importante o suficiente pichou as paredes. A professora, indignada, fê-lo limpar.
A meninada que filmou os excessos da educadora procedeu assim para auxiliar o colega. O menino errou, foi punido severamente e de forma inadequada, segundo a reportagem. Os pais do garoto x pediram providências à direção da escola, que diz não saber o que fazer, ainda.
Eu também não. Se a professora não tivesse xingado o menino, a coisa teria mudado? Haveria arrependimento? O menino deixaria de reicindir? Os pais ensinariam o que o guri não aprendeu até esse momento? A minha opinião é a de que não haveria nem humilhação e nem arrependimento!
Não sou professora e não tenho, nem de perto, relação com as pessoas envolvidas. Defendo o que penso. E você?

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